3 de abr. de 2011

Acordar




deixo às canções
o tom desesperado
das manhãs
e a desarmonia
dos lençóis.

o espelho a revelar-se
ante os olhos
                      - a se acordar -
deixo o som
da cama ruída
deixo os sonhos
que não sonhei, deixo até

aquela coisa inexplicável que enche a alma
no primeiro segundo de pesadelo
                                                   - que é não dormir -

devidamente vivo
para morrer

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