30 de set. de 2010

Num dado momento


Poema rascunho pelo
verso enterrado

Ponto (,) final num
dado momento:

o pulmão
duas mãos
(quatro)
o olhar
o ar
vários carros

num
dado momento
o poema em
terra(do)

ponto agora pingo
de um -i
maiúsculo inicial:
-Interesse

um novo período em construção
um novo rascunho
pelo punho aberto num

dado (e recebido) momento.

19 de set. de 2010

Humano em versos




Se fosse eu a minha poesia

Que felicidade teria!

Ao me declamar você com lindo sorriso
Ao me tocar você folheando-me

Que felicidade teria!

Ao penetrar sutil o teu coração
Ao existir em letras por tua inspiração

Que felicidade seria!

Se fosse eu muito mais que poeta
Se fosse eu humano em versos

Nas estrofes da tua poesia
Que felicidade seria!


(por Dênis Rubra)

10 de set. de 2010

Praça Pio Dez




Praça Pio Dez
Mergulhado às águas
                                   chafariz
Dez vezes caminhado
Calado
             feliz sem pio algum
Pensei cá comigo:

Não te quero Praça

Santidade ignorada
Visto o mar da Guanabara
Sou peixe novo a descobrir
Que o mundo é mais que continente
E o mar feito de Contini

Sou sambista bamba de uma roda
                                                       roda a saia da mulata
Roda a roda à vida
Voltei do mar para dizer

primeiro:

O meu             se perdeu
             bloco
O meu Samba soou alto
Nesta praça, eu não danço mais
Sou mais o João Paulo

segundo:

               da    
A saia ro       da mulata
               da    
Tonteou meu coração

Por demais rodado
Sou pagão vil de um carnaval

Que só quer sambar na roda
Que só quer da roda
                                 a mulata
e da mulata
                    o samba.



(por Dênis Rubra)

9 de set. de 2010

Cerveja ou não veja




Lábios de cevada
Cerveja ou não veja
Eis a questão

Bebo ou não bebo
A cerveja e a visão
Invasões diluídas
No meu bar particular

Bebo ou não bebo
Nesta vida somente
Bocas, barris
Bêbada ilusão.

Cerveja ou não veja
Eis a questão.


(por Dênis Rubra)



7 de set. de 2010

Que pátria?



Pátria que me pariu!
Quem foi a pátria que me pariu!?

Gabriel O Pensador


Ar seco invernal
Responda agora, ou se cale:

Morrer ou viver
Por essa puta pátria anal?

Morrer ou viver
Pelas meninas da bandeira?

Morrer ou viver
Pelo mar da guanabara?

Viver é morrer
Pelos muleques da mangueira

Morrer é viver
Pelo olhar do amanhã.

Brasil, quem te pariu
Foi a pátria que, falando sério, irmão:

nunca existiu.


6 de set. de 2010

Santo papel da poesia

  


O Fluminense é poesia
A voz sonora da torcida é rima
Verde, branco e grená versos
Quando encarnados na carne guerreira tricolor
É estrofe preparada à guerra num gramado santo


Santo papel da poesia.


O Fluminense é poesia
O poeta, mais de um, é onze mais multidão
Poesia artilheira, inspirada no grito ofegante, colorido
De poetas a cantar:
Sou tricolor de coração.



(por Dênis Rubra)