13 de dez. de 2009

Poetisando Tragos

Cama:
eu, você,
o Marlboro light em box,
as cinzas no cinzeiro
seguindo a harmonia do nosso suor.
fumo a vida com você
até o ultimo trago.
por Dênis Rubra

4 de dez. de 2009

#63 - PC

Amigos, como sabem, em março, os poemas postados até aqui no blogue estarão no meu primeiro livro de poesias, que será lançado pela editora Multifoco. Logo começarei a postar informações sobre o livro e o lançamento.
Por hora, resolvi atualizar com um poema que, na minha opinião, diz muito sobre o nosso ambiente virtual.
Abraços e obrigado pela leitura.
_________________________________________________

PC

Já não cuspo mais palavras

não toco mão no alguém.

Minha língua é digitada

Minha hand virou mouse.

Quando vejo,

web cam.

Quando falo,

reproduzo.

viajo o mundo estagnado

aqui sentado (na cadeira)

há vida e morte envolvida

entre o enter e o delete.

(vou te salvar nos favoritos)

(por Dênis Rubra)

28 de set. de 2009

# 62- Poetisando Figuras de Linguagens

- Já viu sol amanhecer na noite

E lua anoitecer no dia?

- Vi,

(quando você sorriu)

_________________________________________

Pode um coração amante

Viver dentro de um ser errante?

Pode um coração vivo

Morrer dentro de um ser pensante?

- Coração é metáfora, pra nossa "loucura".

(por Dênis Rubra)

27 de set. de 2009

# 61 - Poetisando Posses

Prenda tua boca,
na minha.
O céu do teu olhar,
no meu.
Faça do teu corpo,
o nosso.
Do meu suor,
o teu.
(Não há palavra possessiva,
que possua
o que o vida faz existir.)
(por Dênis Rubra)

21 de set. de 2009

# 60 - Poetisando Orlas

Você é meu Leblon, meu Ipanema. E quando a vida selar a beleza do nosso amor, o por do sol, no seu olhar, estará
no meu (no nosso) Arpoador.
(por Dênis Rubra)

19 de set. de 2009

# 59 - Poetisando a Serenidade Interior

Por trás dos meus olhos, Da cegueira incontrolada em que me encontro, Dos sorrisos indestrutíveis que sorrio. Dentro deste corpo, Que transpira a serenidade de um ar puro, Que respira um esforço descansado e prazeroso. Aqui nesses ouvidos, Que bailam sobre o Rock in Roll Da clássica música harmônica. Lá dentro de mim, Por trás de tudo que sou E de tudo que me faz estar como estou. Há uma energia autônoma Uma fisgada saudosa como a saudade Que, numa mutualidade nua, sinto De quem me fisgou.
(por Dênis Rubra)

10 de set. de 2009

# 58 - Poetisando Gêneros

Mulheres e suas bochechas rosadas.

Homens e seus ternos,

Suas gravatas.

Mulheres e suas nádegas pálidas.

Homens sob a posse do falo de suas almas.

Mulheres e seus sorrisos amarelados,

Braceletes prateados,

Os cabelos, ao vento, jogados.

Mulheres e...

Seus seios arrepiados.

Homens e seus pensamentos avermelhados

Os minutos atrasados,

Os cabelos, ao vento, jogados.

Homens e...

Seus deuses excitados.

Dois retratos de uma mesma sociedade

Que perdeu-se

Ao tentar se encontrar.

(por Dênis Rubra)

3 de set. de 2009

# 57 - Poetisando Manhãs

Faz o meu café, amor? Passa manteiga no pão (por favor) Passa-me o suco E o mel do teu corpo. Dá-me o doce provado Na mesa-cama da madrugada. Sinta a vida vivida No suor de nossas peles. Beba-me, meu bem. Nesse nosso vício em comum: A manhã precedida pelos abraços noturnos. Sucedida pela certeza que me acompanha: O desejo em lhe acompanhar.
(por Dênis Rubra)

31 de ago. de 2009

# 56 - Poetisando Singularidades

Toda essa preocupação com nada.

Fazer nada,

pensar em nada.

E eu aqui querendo tudo.

Todo esse preocupar constante e linear

E eu aqui querendo dar voltas no mundo.

Se bem que nada é melhor

que o quase nada.

É melhor não ir do que ir

e parar na metade.

Sabe, me sinto melhor ali:

No meu universo singular.

(por Dênis Rubra)

24 de ago. de 2009

# 55 - Poetisando Pés.

Jorram as palavras, as antigas letras cálidas da pedinte mente livre e do sentir do louco preso coração; juntos, os olhares - quatro espelhos da emoção - unidos, os dois pares distraídos, rumo à mesma direção. Que as tuas palavras jorrem Como as minhas jorraram para ti. Que os teus olhos - os nossos olhares - espelhem juntos o caminhar dos meus e dos teus pés. Assim a vida é mais feliz Assim a felicidade é mais viva e real.
(por Dênis Rubra)

13 de ago. de 2009

# 54 - Poetisando Faces

Olha para mim, camarada.

Vê esta face?

Ela chora.

Ela ri.

Mas não vive.

Morta, esquecida.

Ela não existe.

Esta face.

A que vês agora

É só instrumento de sobrevivência

De uma mente que possivelmente

Não pensa.

Não respira.

Apenas caminha em direção

Ao conhecido

(Ao desconhecido)

À redundância que é

A solidão da vida.

Perto, longe.

Cercada de corpos

Possuidores de faces como a minha

Como a nossa, camarada.

E assim nós vamos

Eu e você

Destinados a não viver

Mais do que o destino decidiu.

Decididos a sermos

Mais dois corpos

Mais duas faces

Nessa sociedade insocial.

(por Dênis Rubra)

9 de ago. de 2009

# 53 - Tempo é ...

Teu passado, presente e futuro

Entre pássaros, lírios e fontes

Misturam-se no choro e no riso

Presentes na tua vida e na futura morte

O que vês é só recordação

É no invisível que está à felicidade

.

.

.

(por Dênis Rubra)

5 de ago. de 2009

# 52 - Poetisando...

Do caos
fez-se a beleza da flor.
Do grito
cantou-se a melodia mais bela.
Da loucura mundana
deste mundo vão
Eureca!
Surge a vida...
e o que há nela.
(Inclusive a morte,
despida e vulgar)
(por Dênis Rubra)

27 de jul. de 2009

17 de jul. de 2009

# 50 - Poetisando o Sexo Oposto.

Me incomodava a barba por crescer, roçando minha pele.

A brutalidade de seus dedos ao me fazer carinho.

Eu não gostava de sua boca tocando meu corpo inteiro.

Nem dos desejos que ardiam em seu olhar

quando olhava os meus seios por entre o decote ingênuo que vestia, e ainda visto.

Me incomodava o tom irônico em suas falas desnecessárias.

E seu medo em dizer as três palavras nunca ouvidas.

Me incomodavam tanta coisa, que já não me incomodam mais.

Não sei como andam os pelos de sua barba e nem por quais bandas beijam a sua boca.

A ironia de seu tom partiu, deixando silêncio (vazio).

Os seus dedos já não me tocam, assim como seu medo já não me irrita.

Não me irrita. Pois sei que me amou, amou do fundo de sua alma.

Aquele homem me amou, com certeza.

E penso que ainda poderia amar essa alma incomodada

pela falta de amor.

Mas...

Os (tolos) incômodos (tolos) fizeram de mim uma mulher que já não sabe o porquê dos decotes.

(por Dênis Rubra)

14 de jul. de 2009

# 49 - Poetisando Declarações

Eu precisaria dizer mil palavras Falar do sol Da lua Ou do inferno. Se meus desejos não coubessem No silêncio da despedida No instante do partir Se os meus medos E os meus sonhos Não fossem (declaradamente) seus.
(por Dênis Rubra)
__________________________ Poesia dedicada a alguém muito especial.

12 de jul. de 2009

# 48 - Poetisando Tempos Verbais

Tenho conjugado a saudade Esse pseudo verbo intransitivo

No aoristo

De nossa findável paixão

Sem fim.

(por Dênis Rubra)

10 de jul. de 2009

# 47 - Vozes

Ouça o silêncio da voz louca pura rouca. Ouça... E não deixe-a gritar sozinha. Ouça... E faça ecoar a loucura Que emana dos meus desejos calados, p e r d i d o s, ACHADOS s o f r i d o s... reveladoS Amedrontados... o mundo se foi o grito ficou.
(por Dênis Rubra)
Eu precisaria dizer mil palavras
Falar do sol
Cantar a lua
Chorar o inferno.

Se meus desejos não coubessem
No silencio, da despedida
No instante, do partir.
S

3 de jul. de 2009

# 46 - Errância

O pior dos medos
É ter medo
De sentir medo
Num futuro possivelmente medonho.

O pior dos erros
É não arriscar o erro
E não reconhecer que se erra
Por viver sem errância.

A melhor crença é acreditar
Que o acerto-erro de agora
Que o erro-acerto de amanhã
Vencerá o medo de amar demais.

O melhor movimento, é se jogar
Do penhasco, pra viver
E amar demais você
Até o fim de nosso erro

Até que o amor se torne acerto 
Ou o erro se torne amor.
(por Dênis Rubra)