Olha para mim, camarada.
Vê esta face?
Ela chora.
Ela ri.
Mas não vive.
Morta, esquecida.
Ela não existe.
Esta face.
A que vês agora
É só instrumento de sobrevivência
De uma mente que possivelmente
Não pensa.
Não respira.
Apenas caminha em direção
Ao conhecido
(Ao desconhecido)
À redundância que é
A solidão da vida.
Perto, longe.
Cercada de corpos
Possuidores de faces como a minha
Como a nossa, camarada.
E assim nós vamos
Eu e você
Destinados a não viver
Mais do que o destino decidiu.
Decididos a sermos
Mais dois corpos
Mais duas faces
Nessa sociedade insocial.
(por Dênis Rubra)
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