2 de jun. de 2012

Para Nikos Kazantzákis



Marquei a liberdade
no meu corpo
para deixá-la em mim
sem q'eu me deixe,

para fazê-la minha
sem q'eu me tenha,
para querê-la assim
como eu me quis,
para esquecer de mim
sem q'eu me perca.

Para saber a beleza de todas as coisas
e das fragilidades
e das levezas
do amor natural

presente em todas as coisas,
presente em todos os seres,
em todos os braços,
calos, corpos e cabeças.

Para ser vivo todos os dias
todos os dias - mesmo que morto -
vivo nos presentes,
nos amores,
nos livros
e nas marcas q'eu deixei

graças à liberdade
q'eu marquei em mim.